O preço da cerveja para o consumidor subiu em outubro, registrando uma inflação de 0,75%, um valor bem acima do índice geral de 0,09%, segundo dados do IPCA divulgados pelo IBGE. Essa movimentação nos preços reflete reajustes da indústria e o aumento do consumo com a chegada do calor, enquanto o setor produtivo apresenta alguns sinais de retração.
O principal destaque é a diferença entre a inflação da cerveja e a geral, que foi cerca de oito vezes maior no mês. No acumulado do ano, a alta da cerveja também supera o IPCA, com 4,44% contra 3,73%. Segundo o IBGE, essa variação pode ser consequência de um reajuste de preços feito pelos fabricantes no início do segundo semestre, que só agora chegou às prateleiras, somado ao aumento da demanda por conta das temperaturas mais elevadas.
Na comparação com outras bebidas, a cerveja também se destacou. Enquanto seu preço subiu, o subitem “outras bebidas alcoólicas” apresentou uma queda de 1,06%. Regionalmente, a maior alta foi sentida no Rio de Janeiro, com um aumento de 1,53% no preço da cerveja para consumo em domicílio. Por outro lado, a cidade de Belém registrou a maior queda, com uma redução de 1,3%.
Apesar da alta nos preços ao consumidor, a produção industrial de bebidas alcoólicas mostra um cenário diferente. Houve um recuo de 6,7% em setembro em comparação com o mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, a queda na produção foi de 4,8%, indicando uma desaceleração no ritmo da indústria do setor.
Os números indicam um momento de atenção para o bolso do consumidor de cerveja, que vê os preços subirem num ritmo mais acelerado que a inflação geral. Esse cenário contrasta com os dados de produção industrial, que apontam para uma recuperação ainda em andamento no setor de bebidas.
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