O Grupo Petrópolis, conhecido por marcas como Itaipava e Petra, está investindo no cultivo de lúpulo em solo brasileiro. A iniciativa busca dar um novo passo na valorização da cerveja nacional, focando em um dos seus principais ingredientes para reduzir a dependência de importações e agregar valor ao produto final.
A estratégia da cervejaria é uma resposta direta aos desafios do mercado, como as oscilações cambiais e a complexa logística de importação. Atualmente, o Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores de cerveja do mundo, importa quase todo o lúpulo que consome. O projeto visa criar uma segurança para o negócio a longo prazo, verticalizando parte da produção de matérias-primas.
Um dos avanços técnicos do projeto foi o uso de iluminação suplementar com LEDs. Como a planta do lúpulo precisa de longos períodos de luz, a tecnologia permitiu estender artificialmente o dia para as plantações. Essa adaptação não só melhorou a qualidade da planta como possibilitou a realização de duas safras anuais, um diferencial importante em relação ao cultivo em climas temperados.
A exploração do “terroir” é outro ponto de destaque. Com plantações em diferentes localidades, como Teresópolis (RJ) e Uberaba (MG), o Grupo Petrópolis observou que o lúpulo desenvolve características sensoriais distintas em cada local. Essa variação abre caminho para a criação de uma identidade sensorial única para as cervejas brasileiras.
Embora a produção nacional de lúpulo ainda seja incipiente, o projeto do Grupo Petrópolis aponta para um futuro com maior autossuficiência. A iniciativa não pretende substituir as importações por enquanto, mas fortalecer a cadeia produtiva local e proteger a indústria das incertezas do mercado global, buscando um diferencial competitivo para suas cervejas.
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