A trajetória de Sara Araújo, a voz por trás do perfil “Negra Sommelier”, é um exemplo de como a educação pode ser um motor de transformação e resistência. A partir de uma experiência de racismo e misoginia no setor cervejeiro, ela desafiou as estruturas de exclusão e se tornou uma figura importante na luta por um mercado mais inclusivo.
A resiliência de Sara foi moldada desde a infância, passada em um quilombo urbano em Salvador e marcada por dificuldades, como a fome e o trabalho precoce. Aos 8 anos, já vendia doces para ajudar em casa, observando a força das mulheres ao seu redor para superar as adversidades e a desvalorização de seus saberes.
Enxergando a educação como principal ferramenta de ascensão, Sara retomou os estudos na adolescência enquanto trabalhava como empregada doméstica. Anos depois, formou-se em Direito pelo ProUni, enfrentando preconceito de colegas e professores. Para provar seu valor, especializou-se na área mais difícil do exame da OAB, o Direito Tributário, e foi aprovada. Mais tarde, iniciou uma nova graduação, em Ciências Sociais.
Sua entrada no universo cervejeiro foi motivada por um episódio de racismo em um festival, onde foi maltratada por um atendente que, em seguida, foi extremamente solícito com um casal branco. O fato a impulsionou a fazer o curso de sommelier de cerveja, com o objetivo de que outras pessoas negras tivessem autonomia e conhecimento para não serem ridicularizadas. Assim nasceu a página “Negra Sommelier”.
Hoje, Sara continua sua luta contra o epistemicídio e a invalidação do conhecimento negro, utilizando sua formação acadêmica e seu conhecimento cervejeiro como armas. Mestranda em Ciências Sociais, ela se posiciona como uma voz ativa, questionando o racismo estrutural e enriquecendo a cultura cervejeira do país.
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