As principais empresas de bebidas alcoólicas do mundo, incluindo grandes cervejarias, enfrentam um período desafiador, com uma perda acumulada de US$ 830 bilhões em valor de mercado desde o pico em 2021. A queda reflete uma mudança profunda nos hábitos de consumo e novas preocupações com a saúde em escala global.
Um dos principais motivos para essa desvalorização é uma mudança estrutural no comportamento do consumidor. As pessoas, especialmente as gerações mais jovens como Millennials e Geração Z, estão bebendo menos álcool. Fatores como alertas de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), a popularidade de medicamentos para perda de peso e o surgimento de alternativas como a cannabis contribuem para essa tendência.
O setor não está parado e já reage a esse novo cenário. Grandes marcas estão investindo em produtos sem álcool, como a Carlsberg com sua cidra e a Diageo com a aquisição de uma marca de destilados não alcoólicos. Além disso, a crise provocou uma onda de reestruturações e trocas de liderança em gigantes como Diageo, Molson Coors e Suntory, que buscam se adaptar à nova realidade do mercado.
Apesar do cenário negativo que levou as ações a mínimas históricas, alguns investidores enxergam uma oportunidade de compra nos preços baixos. Gestores de fundos apontam para o potencial de mercados emergentes, como o da brasileira Ambev, e a resiliência de marcas consolidadas. No entanto, a incerteza sobre o futuro do setor é grande, com analistas traçando paralelos com a trajetória da indústria do tabaco.
Em resumo, a indústria de bebidas alcoólicas está em uma encruzilhada, forçada a inovar e se adaptar a um consumidor que busca um estilo de vida mais saudável. A recuperação do setor dependerá da capacidade das empresas de responder a essa transformação cultural e reconquistar o interesse do público.
Este texto é apenas um resumo, leia o conteúdo original em: Bloomberg Línea Brasil